quinta-feira, 24 de julho de 2014

Francisco, o diálogo e os frutos do mesmo...

Esta mania dialogal propagada com o Vaticano II é complicada. Um diálogo requer partes que estejam aptas a aceitarem não serem portadoras da verdade e, através de um processo dialogal, chegarem à mesma ou, no mínimo, a um comum acordo.
Fico pensando nas últimas notícias que nos chegam desde a visita do papa Francisco à Terra Santa, quando o mesmo visitou o túmulo de Theodor Herzl (1860-1904), fundador do moderno Sionismo político, que em sua época não teve o apoio de São Pio X para a confecção de um Estado Judaico.


Túmulo de Theodor Herz, em Jerusalém. Foto: Shieraseastar

Neste cenário, em mais um de seus gestos emblemáticos (para não chamar de populista), Francisco convidou os líderes judeu e muçulmano para um encontro no Vaticano, a fim de rezarem pela paz. O encontro foi desencorajado pelos cardeais e pela Cúria (que parece ser o alvo constante de Francisco, a ponto de declarar em mais uma entrevista que cerca de 2% do clero é pedófilo, inclusive cardeais).
Durante o encontro dialogal, líderes das religiões presentes rezaram ‘pela paz’: “Cada líder religioso realizou alguma oração e leitura dos seus respectivos textos sagrados. O problema foi quando o imã, ao concluir a sua oração, recitou trechos da sura (versículo do Al Corão) número 2 que pedia que Alá garantisse a vitória (dos muçulmanos) sobre os infiéis.” (Fonte: Blogonicvs).
Ao lado da Basílica de São Pedro se ora para que os infiéis (no caso, os cristãos e judeus) sejam derrotados. Pouco tempo passa e novos confrontos estouram na Terra Santa que estão, até agora, sem solução.
Não bastasse, apontamentos nos chegam do Iraque: cristãos com suas casas marcadas, perseguidos e fugindo. “O Estado Islâmico declarou guerra aos cristãos de Mosul. Instados a deixarem o “Califado” ou se sujeitarem ao pagamento de imposto de “Infiel”, destinados à vingança popular por esse “N” – como em “Nazareno” – inscrito em suas casas, os discípulos de Jesus Cristo, transformados em cidadãos de segunda classe, em breve não terão outra escolha a não ser se “converterem” ou perecerem pela espada…” (Fonte: Fratres in unum).


“A letra "nun" significa Ana nazráni = Sou cristão. Usada para estigmatizar os cristãos e marcá-los para morrer, que ela seja o nosso emblema agora e sempre.” (Fonte: Olavo de Carvalho).

É, no mínimo, contraditório: Neste cenário hodierno ocidental que prega tanto a liberdade religiosa, o massacre contra os cristãos fica em um silêncio assustador. Só agora alguns jornais começam a falar de um ou outro caso. Relembrar que judeus (se esquecem de outros grupos) foram marcados e enviados para campos de concentração todo mundo faz eco, mas mostrar que cristãos estão tendo suas casas marcadas com o símbolo dos seguidores 'do Nazareno' ninguém fala. O Ocidente, a cada dia, nega suas raízes greco-romanas e cristãs, faz loas a qualquer coisa contrária à sua identidade. Essa crise parece não ter fim...
Enquanto Francisco recebe a sudanesa Meriam Ibrahim, condenada à morte por se casar com um cristão (Fonte: Estadão), fico pensando em São João XXIII e o título de sua encíclica mais famosa, MATER et MAGISTRA... Mestra... parece que alguém se esqueceu desta função...
Penso ainda nas marcas do Holocausto (a estrela de Davi, os triângulos roxos, vermelhos, azuis, verdes etc.) e me vejo obrigado a citar Karl Marx: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.